As luzes dissolviam a escuridão noturna. A música envolvia as pessoas que se encontravam nas ruas e nos bares do Recife Antigo. Um bêbado grita palavras ao vento e senta no meio fio, alguns o olham, outros riem, diversos se confundem à medida que o álcool corre o sangue. Um homem de barba levanta trôpego e sai do bar, o garçom desiste de cobrar, amanhã ele volta...Uma moça suspira a perda de um amor, outra gargalha enquanto ele a observa com lascívia. Essa está tão fácil...quando, de relance, vê um cabelo comprido emoldurando as curvas que ardiam na sua cabeça. Noites de alucinação para nunca mais; até agora. Escorregou no olhar dela; fitou-a. Eram duas almas feridas revivendo uma vida em segundos-um instante eterno. Ele desconversou, deu uma desculpa qualquer e saiu percorrendo as ruas vivas atrás dela. Tarde demais. Ao chegar no lugar em que julgou vê-la, só havia um rastro de perfume e a lembrança.
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