Mais um dia em
casa sem nada para fazer. Que maravilha ela pensou ao abrir a cortina do seu
quarto. O tempo não era um dos melhores, mas estava melhor do que o de ontem. A
vida corria assim sem pressa de passar. E não é que isso era bom? As pessoas
andavam com pressa nas ruas, os carros corriam e ninguém percebia o canto dos
pássaros, nem o agito dos pombos. É confortante saber que é possível respirar
enquanto os outros ofegam com a rotina. É quase um desabafo, uma renovação, uma
luz. O café estava pronto e ela se sentou à mesa na varandinha pequena do seu
apartamento. A poesia do céu é algo revelador. Quanto tempo gastamos olhando
para o chão? De certo, mais tempo do que deveríamos porque, só de olhar para o
alto, encontramos paz. As nuvens mudam o tempo todo, as estrelas e os astros
somem e se mostram alternadamente, mas todos conseguem achar um lugar no
infinito azul do céu. Se é democrático, não sei, mas, no mínimo, pacífico.
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